A indústria de empréstimos em criptomoedas está em plena recuperação, se reerguendo após o colapso brutal de 2023, que apagou bilhões de dólares em empréstimos e abalou a confiança nos players centralizados.
Atualmente avaliado em US$ 36,5 bilhões, o mercado ainda está bem abaixo do seu pico histórico no final de 2021, mas sinais de resiliência começam a aparecer.
Um novo relatório da Galaxy Digital mostra que uma nova leva de players centralizados — Tether, Galaxy e Ledn — entrou em cena para preencher o vazio deixado pelos credores falidos como Celsius, Genesis e BlockFi.
O trio responde por cerca de US$ 9,9 bilhões em empréstimos pendentes, ou 90% do mercado de empréstimos centralizados atual.
O retorno do CeFi: Menor, mais ágil, mas ainda enfrentando dificuldades
Os credores de finanças centralizadas (CeFi) se recuperaram de uma baixa de US$ 6,4 bilhões em empréstimos pendentes no início de 2023, para US$ 11,2 bilhões atualmente — uma recuperação de 73%.
No entanto, esse número ainda está quase dois terços abaixo do pico de 2021 de US$ 29,4 bilhões, quando os empréstimos CeFi eram principalmente controlados pelo agora extinto trio Genesis, Celsius e BlockFi.
A queda desses credores, catalisada por empréstimos superalavancados e a exposição ao colapso do ecossistema Terra-Luna, gerou uma crise de liquidez que se espalhou por toda a indústria.
No entanto, a nova onda de credores CeFi parece ser mais cautelosa, adotando termos de empréstimos mais rígidos e estratégias mais conservadoras. A Tether, por exemplo, continua focada em empréstimos garantidos por colaterais excedentes, enquanto a Galaxy e a Ledn se concentraram em clientes institucionais.
DeFi retoma sua liderança
Apesar da recuperação do CeFi, as finanças descentralizadas (DeFi) permanecem como a principal força no mercado de empréstimos em criptomoedas.
O DeFi agora representa 63% do total de empréstimos, um aumento em relação aos 33% durante o último ciclo de alta. Essa mudança reflete a crescente confiança nos protocolos sem permissão e transparentes, especialmente após a crise de credibilidade do CeFi.
De acordo com os dados da Galaxy, as plataformas de empréstimos DeFi agora gerenciam mais de US$ 19,1 bilhões em empréstimos pendentes em 12 blockchains e 20 plataformas — um aumento impressionante de 10 vezes em relação aos mínimos registrados no quarto trimestre de 2022. Naquele período, os empréstimos DeFi haviam caído para apenas US$ 1,8 bilhão.
O Ethereum continua sendo a blockchain dominante para as atividades DeFi, com US$ 33,9 bilhões em ativos depositados em março de 2025 — superando amplamente todos os concorrentes.
O crescimento do setor é sustentado por contratos inteligentes, que impõem a sobrecolateralização e minimizam o risco de inadimplência.
Ao contrário do CeFi, onde os mutuários podem se afastar de empréstimos ruins, os protocolos DeFi liquidadam automaticamente as posições quando os limites de colaterais são ultrapassados.