As principais criptomoedas voltaram a subir nesta sexta-feira (11), após um forte recuo na quinta-feira que seguiu os ganhos expressivos registrados na quarta. Entre os destaques positivos estão Solana (SOL) e Dogecoin (DOGE), que lideraram os ganhos entre os maiores ativos digitais, enquanto o ether (ETH) teve desempenho abaixo do esperado.
Nas últimas 24 horas, SOL e DOGE avançaram mais de 4%, superando outros nomes importantes como XRP, BNB (da BNB Chain) e TRX (da rede Tron), que subiram entre 2% e 3%. Em contrapartida, o ether caiu 2,4% no mesmo período, acumulando uma queda de 12% na semana — bem acima da média de 2% de retração entre os demais ativos principais.
O movimento de alívio observado na quarta-feira foi impulsionado pelo anúncio de uma pausa de 90 dias na imposição de novas tarifas comerciais — com exceção daquelas direcionadas à China. Esse gesto surpreendeu os mercados e provocou uma breve recuperação nos ativos de risco, incluindo o bitcoin. No entanto, esse impulso foi temporariamente revertido na quinta-feira, com os mercados tradicionais e o setor cripto voltando a registrar perdas.
Mesmo assim, analistas afirmam que o comportamento atual do bitcoin sinaliza uma possível formação de fundo, o que pode abrir caminho para uma valorização mais expressiva nos próximos meses. Algumas projeções já apontam para uma possível valorização do BTC até a faixa dos US$ 100 mil ainda este ano.
“A mudança inesperada na política acalmou temporariamente a ansiedade do mercado, reduzindo a volatilidade de curto prazo nas criptomoedas”, apontaram analistas, alertando, no entanto, para a necessidade de cautela. Apesar de alguns investidores realizarem lucros em patamares mais altos, as opções de compra com vencimento em dezembro no nível de US$ 100 mil mostram otimismo de longo prazo.
Ming Wu, CEO da plataforma descentralizada RabbitX, classificou o movimento como uma “virada de 180 graus”. Em mensagem enviada ao CoinDesk, ele destacou o impacto do anúncio do ex-presidente Donald Trump sobre a pausa nas tarifas, que trouxe novo ânimo aos mercados de ações e criptomoedas. Para Wu, a pausa nas tarifas reduziu o temor em torno do comércio internacional e criou um “espaço para respirar”, mantendo, ao mesmo tempo, a pressão sobre a China.
Do ponto de vista técnico, Wu explicou que antes do anúncio os mercados vinham acumulando quedas significativas, com muitas ações e criptos entrando em território de sobrevenda. O anúncio gerou um movimento de “short squeeze”, quando vendedores em posição vendida são forçados a recomprar ativos, o que intensificou ainda mais a alta.
Ryan Lee, analista-chefe da Bitget Research, destacou a valorização de mais de 6% do bitcoin na quinta-feira, que levou o ativo de volta à faixa dos US$ 80 mil após o anúncio de Trump. Segundo ele, o movimento foi impulsionado por uma forte demanda institucional e por investidores de longo prazo que veem o bitcoin como proteção em momentos de incerteza econômica.
“O futuro dessa tendência dependerá de maior clareza macroeconômica, da força técnica do ativo e do sentimento do mercado. Os US$ 80 mil se tornaram um nível-chave para o BTC”, afirmou Lee. Ele prevê que, no curto prazo, o bitcoin deve oscilar entre US$ 80 mil e US$ 85 mil, com possibilidade de avanço até US$ 85 mil caso o apetite por risco continue, ou recuo para US$ 78 mil–US$ 79 mil caso ressurgirem incertezas.
Para os analistas, os próximos dias exigem atenção redobrada dos investidores em relação aos desdobramentos econômicos globais e aos fluxos de capital no setor cripto.
